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[Sticky] Discussion and Questions about the News
Na sua opinião, quais medidas de fiscalização são necessárias para assegurar que os animais sejam exportados com padrões de bem-estar adequados? Quais são os possíveis impactos econômicos e sociais para o Brasil com a exportação de caprinos e ovinos vivos para Omã?
Eu acredito que a exportação de animais vivos envolve inúmeras fiscalizações, que vão desde a parte clínica e sanitária como: certificado de vacinação, exames que confirmem ausência de patógenos a serem integrados ao país de destino, identificação e cadastro correto desses animais, documentos que permitam rastreabilidade etc, até a parte comportamental.
O que eu quero dizer com isso é que esses animais serão submetidos a uma situação estressante e muito nova, o que pode ser extremamente assustador para esses indivíduos, desse modo, deveria se certificar de que: houve uma adaptação prévia desses animais ao ambiente e potenciais estressores aos quais eles serão submetidos? Esses animais ficaram por quanto tempo viajando? Qual será as condições de alojamento, densidade, formação de grupos desses animais? Como fica a questão sanitárias, como dejetos, fezes e urina, os riscos de contaminação, os riscos de adquirirem doenças nesse processo, a limpeza? Em caso de problemas ou eventuais adversidades, quais medidas serão tomadas em prol dos animais? Basicamente deve ser analisado tudo que possa comprometer a integridade física desses animais, bem como o estado emocional para eles, pois é muito possível que estes animais não estão acostumados com viagens internacionais, portanto, medo, estresse e ansiedade podem se tornar sentimentos muito constantes durante a viagem, o que reduz os níveis de bem estar aos quais esses animais se encontram, mas também afeta diretamente na produtividade desses animais, qual será o estado que esse seres chegarão nesse novo país? Será que eles sequer serão transportados para condições adequadas de manejo e criação nesse outro país?
Em termos econômicos, acredito que esse negócio pode beneficiar o mercado de pequenos ruminantes no Brasil, bem como abrir portas para novas oportunidades e parcerias entre o Brasil e o outros países, o que pode ser promissor para as relações internacionais do Brasil. Entretanto, caso esse transporte ou toda a situação seja feita de maneira inapropriada, desacompanhada, falha ou de alguma forma infrinja leis de biossegurança ou fira a integridade física e psíquica desses animais, o Brasil pode vir a se tornar alvo de inúmeras críticas, sofrer perda de credibilidade, romper possíveis parcerias que impulsionem a economia do país e torne-se motivo de desconfiança e descontentamento pela sociedade do agronegócio, bem como da sociedade extra agronegócio, os próprios consumidores.
A exportação de pequenos ruminantes vivos deve incluir as seguintes fiscalizações para garantir que esses animais tenham condições de bem-estar adequados: fiscalizações que prezam pela saúde física, como identificação de cada animal, incluindo idade, raça, comorbidades e outras particularidades; também devem ser incluídas as certificações de vacinação, de controle de parasitas e de quarentena, para evitar com que haja risco de transmissão de doenças para o país de destino; além disso, deve-se fazer uma avaliação clínica minuciosa de cada animal por um veterinário habilitado, que emitirá um atestado comprovando que os animais estão saudáveis e aptos para realizarem uma viagem longa. Por outro lado, também devem estar presentes fiscalizações que prezam pela saúde comportamental e emocional dos ovinos e caprinos, que são extremamente sensíveis a ruídos, logo deve-se garantir que, durante todo o processo de exportação, os barulhos sejam minimizados. Ademais, existem todas as questões relacionadas à densidade de animais na transportação, ao manejo adequado, aos estabelecimentos apropriados, ao fornecimento de alimentos e água, e entre outros, que devem ser intimamente fiscalizados para evitar que estes animais tenham um estresse exacerbado durante a sua exportação.
Os possíveis impactos econômicos e sociais para o Brasil com a exportação de pequenos ruminantes vivos para o Omã são inúmeros, desde positivos, até possivelmente negativos. Dentre os positivos, podemos destacar: valorização da pecuária de ovinos e caprinos, consequentemente, dos produtos gerados por ela, como leites e carnes; esse vínculo entre os países também pode ser benéfico para as relações internacionais, em que o Brasil fortalecerá indiretamente as relações com os outros países que apoiam o Omã e, assim, poderá aprofundar seus laços econômicos e culturais ao longo do tempo. Já dentre os potenciais impactos negativos, os produtores de ovinos e caprinos brasileiros terão que manter um alto padrão nas suas produções, afim de evitar quaisquer problemas que poderão comprometer a imagem do Brasil para com os demais países, o que viria a prejudicar possíveis próximas parcerias. Além disso, é preciso estabelecer um programa rígido de fiscalização para a exportação desses animais, para garantir com que esses animais cheguem bem ao destino e satisfaçam os consumidores omanis.
A exportação de animais vivos é uma questão que tem que ser sempre levada muito a sério, visto que, o transporte por si só já caracteriza um momento de estresse para esses animais, onde diversos fatores devem ser analisados e adequados para as condições específicas demandadas especificamente por cada espécie e categoria animal. De forma geral, deve-se atentar quanto a inspeção e análise dos animais previamente ao embarque por um profissional médico veterinário capacitado, considerando a idade, agrupamento correto, estado nutricional, prenhez e sinais clínicos, a fim de selecionar apenas animais que tenham condição de suportar a jornada; além disso, é de extrema importância garantir condições ideais de transporte de forma a respeitar os limites de densidade animal, temperatura, ventilação, fornecimento de água fresca e alimento se for necessário, manter os animais sempre grupos, visto que são gregários, isolamento acústico e iluminação, de forma a oferecer um ambiente menos estressante para esses animais, preparo do piso, capacitação e treinamento dos colaboradores responsáveis durante o processo, devida identificação e documentação para rastreio de cada indivíduo, limpeza e desinfecção das instalações, bem como controle de ectoparasitas e endoparasitas, entre outras questões relacionadas a sanidade.
É imprescindível garantir tempos de espera curtos entre os processos e, após a chegada dos animais, um outro processo de inspeção e oferecimento de água e alimento de qualidade para estes animais, adequando qualquer etapa que possa gerar danos maiores ao estado de bem-estar dos mesmos.
Do ponto de vista econômico, a exportação de caprinos e ovinos vivos pode trazer benefícios significativos para o Brasil. Essa atividade pode estimular a geração de empregos em diversas etapas da cadeia produtiva, desde a criação e manejo dos animais até o transporte e a logística, a demanda externa pode impulsionar a economia local, especialmente se tratando de um mercado ainda pouco explorado no Brasil, dessa forma ao se expandir para países como Omã, há uma redução da dependência de mercados internos. Porém, com o aumento da demanda, os preços no mercado interno podem se elevar, o que pode prejudicar consumidores e pequenos produtores que dependem do acesso a produtos a preços acessíveis, favorecendo ainda mais empresas de grande porte e monopólios, e pode ter efeito contrário ao apresentado no cenário atual, de dependência de mercados externos, o que pode trazer volatilidade, tornando o setor vulnerável a mudanças econômicas ou políticas nos países importadores. Outro aspecto a ser considerado é a questão do bem-estar animal. Se a fiscalização não for rigorosa, pode haver consequências negativas para a saúde e o tratamento dos animais, gerando críticas que podem afetar a imagem do Brasil nas relações econômicas exteriores.
Para garantir o bem estar desses animais diversas medidas, como: certificados para garantir que os animais estão livres de doenças e passaram por uma avaliação sanitária; certificação de vacinação; os funcionários devem receber treinamento para aprender sobre as necessidades ecomportamentos da espécie que estam exportando; o transporte deve ser personalizado conforme as necessidades da espécie; deve-se ter protocolos para sitruações de emergência; veterinários devem acompanhar o transporte e realizar a fiscalização onde será feita a quarentena. Entretanto, mesmo que essas diretrizes de bem-estar animal sejam aplicadas, é importante questionar até que ponto elas realmente serão efetivadas, devido à extensiva distância percorrida no transporte. A busca incessante do Brasil e da produção animal pelo lucro e a vontade de maximizar as exportações sobrepõem-se à preocupação com o bem-estar dos animais.
A produção animal é, em muitos casos (na sua GRANDE maioria), orientada apenas e EXCLUSIVAMENTE para o lucro. Este modo de atuar leva a práticas que favorecem a maximização do lucro em detrimento da saúde e do bem-estar animal; o que coloca a qualidade de vida dos animais de produção em segundo plano.
Gostaria de ressaltar que, todos tem noção de que a fiscalização do Brasil, principalmente quando se trata de animais nunca foi das melhores, não há investimentos por parte do governo em recursos para a supervisão; por isso acredito que, independente do que for escrito no papel, esses animais sofrerão viajando por essas longas distâncias.
A respeito do impacto econômico e social; a autorização para exportar caprinos e ovinos vivos do Brasil para o Sultanato de Omã foi apresentada na notícia como uma conquista do agronegócio, com a promessa de aumento nas receitas e de novas oportunidades . Contudo, é necessária realizar uma análise crítica acerca de quem realmente se beneficia desse crescimento econômico.
Por mais que isso possa parecer promissor financeiramente, esses lucros costumam estar concentrados nas mãos de uma minoria que já detém o poder econômico. Os grandes produtores e empresas do agronegócio são quem realmente se beneficia, uma vez que têm a maior parte das exportações sob seu controle. Agora, para os pequenos agricultores, que enfrentam problemas como a falta de acesso a crédito, tecnologia e mercado, essa prosperidade não se traduz em qualidade de vida, muito pelo contrário.
Além disso, quando se pensa apenas em dinheiro, desconsidera-se aspectos sociais e ambientais. O bem-estar dos animais e as condições de trabalho nas fazendas e nas transportadoras são colocadas em segundo plano.
Desse modo, por mais que a exportação de caprinos e ovinos possa aumentar a receita do agronegócio, a verdade é que essa riqueza não é distribuída de maneira justa. Esse crescimento econômico não corresponde a progresso para toda a sociedade, apenas para uma PEQUENA parcela que já é ExTREMAMENTE beneficiada.
Gostaria de finalizar dizendo que essa idia de que o agronegócio trará prosperidade econômica para o Brasil é uma furada, já que exportamos um grande volume de commodities como a soja, o açúcar e a carne, ao mesmo tempo que importamos bens industrializados e de tecnologias avançadas que custam muito mais do que os produtos que exportamos e que poderiam ser produzidos no país. O que torna a economia dependente de insumos e produtos caros do exterior, enquanto eles não geram receitas que levem ou pressionem por uma transformação econômica real. O excesso de concentração em commodities não permite que o Brasil desenvolva uma indústria forte e diversificada, esta capaz de gerar empregos qualificados e de criar a valorização de produtos locais. A dependência das exportações de valor baixo e a importação de bens de alto valor, ao mesmo tempo que limita a economia do país, perpetua uma estrutura econômica que favorece somente grupos que já são extremamente favorecidos.
A exportação de animais vivos é um tópico bastante complicado. Transportar um ser vivo durante um longo período e distância pode ser desafiador e demanda diversas medidas de fiscalização rigorosas a fim de garantir, dentro do possível, o bem estar dos mesmos. A primeira fiscalização se refere ao meio de transporte. Nesse sentido, deve ser feita uma avaliação dos compartimentos do transporte, da ventilação, do espaço, etc para averiguar se esse meio de transporte está adequado. Outra fiscalização se refere a viagem em si, devendo ser feita uma análise de sua duração, do oferecimento de água e alimento nesse período e na quantidade de animais que estão no espaço. Ademais, questões sanitárias devem ser fiscalizadas, tais quais a vacinação e a presença de doenças, o que é bastante importante. Além disso, esses animais devem ser acompanhados e monitorados durante toda a viagem por um médico veterinário apto, a fim de garantir que os mesmos se encontrem em boas condições de saúde. Por fim, deve-se pensar nas condições de embarque e desembarque, que demandam estruturas adequadas. Essas são algumas fiscalizações que devem ocorrer a fim de garantir que a exportação de animais vivos ocorra de forma a respeitar minimamente o bem-estar. Ressalto que essas medidas garantem o mínimo de bem estar, uma vez que considero que animais que passam por condições de estresse e desconforto como essa não apresentam bem estar.
Se tratando de questões econômicas, essa exportação pode ser benéfica para o Brasil, uma vez que a caprinocultura e ovinocultura estão em ascensão no país. Sendo assim, com essa autorização, haverá uma oportunidade dessas produções crescerem ainda mais e de aumentar o mercado. Porém, como dito anteriormente, esses animais sofrem bastante com esse transporte, então ainda que possa ser benéfico para a economia, considero um retrocesso para o bem-estar animal no país.
Para garantir que os caprinos e ovinos sejam exportados com padrões de bem-estar adequados, é necessário que existam medidas rigorosas de fiscalização. Essas medidas podem incluir:
- Credenciamento de locais de quarentena: medida importante para garantir que os animais exportados passem por um período de isolamento, durante o qual são monitorados por veterinários, reduzindo o risco de doenças transmissíveis.
- Inspeção pré-embarque: os animais precisam passar por uma avaliação sanitária para garantir que estão saudáveis e aptos a viajar. Isso inclui exames clínicos e laboratoriais para identificar a presença de doenças.
- Transporte adequado: As condições de transporte dos animais devem ser verificadas para garantir que não haja superlotação, que haja ventilação adequada, acesso à água e alimentação, e que o tempo de transporte seja o menor possível para minimizar o estresse e sofrimento.
Impactos econômicos e sociais para o Brasil:
- Crescimento da ovinocultura e caprinocultura: Com a abertura de novos mercados, como o Sultanato de Omã, o setor pode receber mais investimentos e implementar tecnologias que aumentem a produtividade.
- Valorização dos produtos brasileiros: O cumprimento rigoroso das exigências de bem-estar e saúde animal pode melhorar a imagem dos produtos brasileiros no exterior, abrindo portas para outros mercados que também demandam padrões elevados.
- Geração de empregos: A demanda por profissionais capacitados para gerenciar os processos de quarentena, inspeção, e transporte pode gerar novos empregos no setor agropecuário e logístico.
- Desenvolvimento regional: As regiões envolvidas na criação de caprinos e ovinos e nas operações de exportação podem se beneficiar de investimentos em infraestrutura e tecnologia, além de maior desenvolvimento social e econômico.
Quais medidas de fiscalização rigorosas são permitidas para garantir o bem-estar dos animais exportados?
Acredito que, no mínimo, as medidas de fiscalização para o transporte de animais incluindo comprovantes de vacinação, identificação por microchip, além da garantia de que o animal está saudável, sem parasitoses e sem sinais clínicos de doenças transmissíveis ou não. Contudo, além dessas critérios básicos, é essencial que haja um padrão específico de bem-estar animal durante o transporte, a fim de evitar superlotação e condições estressantes, como viagens longas (o que parece ser o caso) e turbulentas que podem causar sofrimento. Devem ser inovadoras medidas para prevenir o estresse térmico e garantir que os animais tenham espaço adequado para se movimentar, deitar e realizar suas necessidades fisiológicas de forma que não comprometam a higiene e a segurança dos outros animais.
O momento de transição e abertura de mercados para a exportação de animais exige ainda mais atenção, pois este período de adaptação pode trazer incertezas e riscos de irregularidades. Assim, é fundamental que as novas autorizações venham acompanhadas de normas claras e detalhadas, garantindo que o transporte ocorra de maneira ética, segura e respeito ao bem-estar animal.
Quais são os possíveis impactos econômicos e sociais para o Brasil com a exportação de caprinos e ovinos vivos para Omã?
Embora o mercado interno de ovinos e caprinos no Brasil não tenha a mesma expressão que o de bovinos de corte e leite, aves ou suínos, ele compartilha avanços tecnológicos e padrões de qualidade. A abertura deste comércio para o mercado externo pode ser um impulso significativo para o reconhecimento e desenvolvimento desse setor, proporcionando novas oportunidades de crescimento tanto no Brasil quanto no exterior.
Do ponto de vista econômico, a exportação de animais vivos agrega valor e diversifica a pauta exportadora do Brasil, desde que realizada de acordo com as normas de bem-estar e saúde animal. Além disso, esse crescimento pode gerar novos empregos e fortalecer o desenvolvimento de regiões com vocação para a criação de ovinos e caprinos.
O Sultanato de Omã é um país do Oriente Médio com a religião predominante do país sendo o Islamismo, que apresenta algumas restrições com relação do comportamento e práticas, influenciando o padrão de vida, até mesmo em relação a sua alimentação. Acredito que essa seja um dos principais fatores que levaram à escolha da exportação de animais vivos para esse país. Dito isso, é importante ressaltar que a distância entre o Brasil e Omã são de quase 13 mil quilômetros, podendo levar horas para chegar ao seu destino final. Sabendo disso, é de extrema importância que o transporte siga todos os critérios de segurança para os animais, além de garantir o bem estar.
É inegável que o transporte é um fator estressantes para os animais, desta forma, o papel principal aqui é tentar mitigar o máximo possível os fatores de estresse. Desta forma, a fiscalização rigorosa pode surgir como uma ferramenta de garanta para a segurança e saúde dos animais. A exemplo, podemos ressaltar a fiscalização de registro e documentações sobre o animal, como a vacinação. Ademias, é de extrema importância que o local onde os animais são transportados garanta o bem estar como ventilação, adaptação para cada espécie animal, oferecimento de alimentos e águas de qualidade, sem pontas que possam ferir os animais, além de pisos antiderrapante, atendendo as necessidades fisiológicas e, principalmente comportamentais dos animais. Outrossim, a fiscalização do plano de contingência é de extrema importância para a garantia do bem estar, com análise e classificação de riscos, além, é claro, de correta identificação dos animais.
Em suma, a fiscalização auxilia no monitoramento, garantindo o cumprimento dos padrões de bem estar dos animais. Além disso, as medidas de fiscalização podem atuar sobre as denuncias de descumprimento das normas que podem estar expondo os animais em situações de insalubridade e negligência.
Sobre os impactos econômico e sociais para o Brasil, a exportação de ovinos e caprinos para o Sultonato de Omã pode auxiliar no crescimento desse nicho, permitindo um maior investimento nesse mercado. Em comparação, essa área de produção animal é o que acaba recebendo um menor investimento em relação à produção de outros derivados animais como carne bovina, suína e aves. Com o aumento da exportação, pode haver um maior investimento, podendo haver crescimento e incentivo para novas tecnologias que podem auxiliar em uma produção mais sustentável e que garantam maior bem estar aos animais. Além disso, o potencial de crescimento desse setor pode se tornar uma oportunidade de emprego e favorecer o desenvolvimento e crescimento de regiões com aptidões para esse tipo de produção. Dito isso, embora os pontos positivos da exportação sejam significantes, ao meu ver, é uma prática com uma margem de irregularidade muito grande, com potencial de submissão dos animais à atrocidades, com grandes consequências para o bem estar destes. Penso que haveria meios do envio de carne com o abate no próprio Brasil, seguindo os requisitos do islamismo, sem a necessidade de exportar os animais vivos, submetendo esses animais a estresses prejudiciais ao bem estar, além de, pensando economicamente, prejudicar a qualidade da carne.
É preciso fiscalizar os seguintes aspectos: certificado de vacinação dos animais, aspectos de identificação individual (como raça, espécie, idade, origem), ausência de lesões e doenças, aspectos do manejo da criação, alterações de comportamento da espécie, controle de parasitas, entre outros aspectos. O veterinário deve realizar esse processo de fiscalização minuciosamente para garantir o bem estar dos animais e qualidade e segurança da carne.
Outro aspecto importante a considerar é o estabelecimento de medidas de bem estar no transporte, pois são viagens longas e que podem causar impacto no bem estar animal. Deve ser garantido aos animais alimentação, água de boa qualidade, temperatura ideal, ventilação, boa densidade animal, piso adequado, etc.
Como panorama econômico, podemos pensar que levaria a uma alta valorização da carne ovina no país, pois atualmente a venda é baixa e é feita principalmente pelo abate clandestino e para comércio interno. Mas como aspectos sociais, vejo pontos negativos devido a desvalorização da mão de obra familiar que predomina na ovinocultura, e por consequência terá uma supervalorização dos grandes produtores. E como pontos positivos seria a maior geração de empregos na área no país.
Uma série de medidas de fiscalização devem ser aplicadas para garantir níveis adequados de bem-estar, considerando que o transporte, ainda mais em longa distâncias como no caso do Brasil para Omã, é um fator estressante para os animais. Entre as medidas serem aplicadas encontram-se: certificados de vacinação, verificação do estado de saúde do animal antes do embarque para ser transportado, transporte adaptado de acordo com a necessidade da espécie animal em questão, garantia de acesso a água, comida, além de certa movimentação segura dos animais dentro do transporte, controle da temperatura. Além disso, os animais devem passar por um período de quarentena antes de serem transportados, que deve ser fiscalizada adequadamente por um veterinário.
Da perspectiva socioeconômica, a primeira vista a autorização pode ser benéfica para o Brasil, por trazer mais lucro ao agronegócio. Porém, é sempre importante ressaltar que lucro para o agronegócio não significa lucro para a população Brasileira, uma vez que grandes latifundiários detém grande parcela de poder econômico concentrado em suas mãos no Brasil, sem ao menos gerar significativos números de empregos para a população. Assim, em última instância, acredito que os benefícios para o Brasil seja mínimo, uma vez que estamos falando de poucas pessoas que realmente usufruem desse lucro. Além desse aspecto, estamos falando, também, de uma condição que será estressante para o animal. Por mais que consigamos aumentar as condições de bem-estar para esses animais, ainda sim será uma situação de estresse, evidenciando como a decisão, na minha opinião, revela como o lucro está acima do bem-estar desses animais para os grandes donos do agronegócio.
Para garantir que os caprinos e ovinos sejam exportados com padrões de bem-estar adequados, diversas medidas rigorosas de fiscalização podem ser implementadas. Primeiramente, é essencial realizar inspeções veterinárias completas nos locais de criação e transporte, assegurando que os animais estejam saudáveis e livres de doenças. Além disso, estabelecer normas específicas para o transporte, incluindo requisitos para espaço adequado, ventilação e alimentação durante a viagem, é crucial. O monitoramento da temperatura também deve ser parte desse processo. A implementação de períodos de quarentena em instalações credenciadas, onde os animais possam ser observados antes da exportação, garante que estejam em boas condições de saúde. Certificações que comprovem a conformidade com os padrões de bem-estar e auditorias regulares nas propriedades e instalações devem ser exigidas. Por fim, promover treinamentos para produtores sobre práticas de manejo e transporte que respeitem o bem-estar animal é fundamental.
Os impactos econômicos e sociais da exportação de caprinos e ovinos vivos para Omã podem ser significativos. A abertura desse mercado pode impulsionar a demanda, levando ao crescimento do agronegócio e, consequentemente, à geração de mais empregos no setor agrícola. Além disso, a diversificação de mercados ajuda a reduzir a dependência de mercados tradicionais, mitigando riscos econômicos. Para os produtores, o aumento nas exportações pode resultar em melhores preços, aumentando sua renda e melhorando a qualidade de vida nas comunidades rurais. Contudo, é importante reconhecer que os produtores podem enfrentar custos adicionais para atender às novas exigências de bem-estar animal, o que pode ser um desafio, especialmente para pequenos agricultores.Por último, essa expansão das atividades econômicas nas regiões produtoras pode contribuir para o desenvolvimento regional, incentivando melhorias em infraestrutura e serviços. Assim, a combinação dessas iniciativas pode ter um impacto positivo tanto na economia quanto na sociedade brasileira, promovendo um desenvolvimento sustentável no setor de exportação de animais.
O bem-estar dos animais é uma das principais preocupações durante a exportação de animais, especialmente quando estes têm de percorrer longas distâncias. É importante que as condições antes, durante e após o transporte dos animais sejam asseguradas para garantir o bem-estar animal. Pensando no risco de transmissão de zoonoses, antes de exportar os animais é sempre importante obter certificados de vacinação, certificação do estado de saúde do animal - que comprova que os animais estão aptos a serem transportados após avaliação de características como o seu ECC, peso. Se um animal estiver doente, na minha opinião, deve ser tratado ou excluído do lote de animais a exportar. Além disso, as condições do veículo utilizado para o transporte de animais vivos (VTAV) devem ser avaliados, pois o veículo deve ter o tamanho adequado para a densidade de animais, área de ventilação, espaço para os animais ficarem em pé ou deitados com conforto e os animais devem receber comida e água suficientes para a duração da viagem, minimizando assim o sofrimento desnecessário e o stress dos animais. O veículo também deve ser higienizado e inspecionado antes do embarque dos animais, uma vez que deve estar livre de sujidade e de objetos afiados que possam ferir os animais. Em algumas situações, é necessário ter um veterinário presente durante a exportação para monitorar o estado dos animais durante o transporte.
Acredito que a autorização da exportação desses animais trará mais lucro para o agronegócio no Brasil, além de valorizar a caprinocultura e a ovinocultura, que são comparativamente menos valorizadas quando comparadas a sistemas de produção como a bovinocultura e a avicultura, por exemplo. Com a maior valorização desses sistemas de produção e o aumento da demanda por ovinos e caprinos criados no Brasil, haverá mais oportunidades de emprego e haverá produtores interessados em investir na caprinocultura e na ovinocultura.
As medidas de fiscalização para transporte e exportação de produtos, não vivos, no brasil é um processo sumamente importante, que requer muita atenção e cuidado. Sendo que agora estamos pensando na comercialização de animais vivos, esse processo tem que se tornar ainda mais rigoroso, tendo em consideração múltiplos aspectos como: controle sanitário, bem estar animal (considerando as 5 liberdades), condições de transporte seguro, adaptação do animal ao transporte, adaptação do animal às condições do local de desembarque, condição de saúde pós-viagem e protocolos de contingência. Importante carregar registros de cada animal transportado com documentos que comprovam que o animal é apto para comercialização, por exemplo: vacinas aplicadas, exames clínicos e laboratoriais realizados, tratamentos realizados desde o nascimento, ficha clínica, etc. Além de respeitar as exigencias e normativas impostas pelo Omã.
Relacionado aos impactos econômicos e sociais considerados que terão uma influência positiva, dado que estreitará o relacionamento entre países, gerará vínculos e aumentará o reconhecimento do Brasil. Além de beneficiar a pecuária de ovinos e caprinos no país, já que não é uma carne muito consumida entre brasileiros.
As medidas de fiscalização para se atentar à adequação padrões de bem-estar nessa comercialização devem envolver manejo adequado dos animais pré transporte, ou seja, os animais devem ser fiscalizados por pessoas treinadas, veterinários que determinarão se aqueles animais se encontram em condições para viagem (ausência de dor, lesões), o transporte em si deve se apresentar adequado, e seguro com características que garantam conforto térmico, segurança e densidade adequados, com alimentação e ingestão de água em períodos necessários. Essas medidas devem evitar o estresse do animal, possíveis lesões ou sofrimento. Os funcionários responsáveis pelo transporte e por embarcar e desembarcar esses animais devem ser devidamente treinados, e as documentação (GTA) dos animais devem estar atualizados e contendo informações que podem auxiliar no melhor manejo dos ovinos.
No quesito de impactos econômicos, esse tipo de comercialização abre portas para novos acordos e comércios para o Brasil, mas gera um novo padrão a ser seguido, aumentando as expectativas no mercado brasileiro. Assim, para esse tipo de comercialização ocorrer, e permanecer em andamento com outros países, deve ser feito de maneira adequada. Já sobre os impactos sociais, esses padrões criam aos produtores de ovino no Brasil uma nova etapa de tecnificação, o desenvolvimento para essa nova etapa de comercialização exige certo grau de complexidade e padrão de qualidade no manejo para esse produtores, podendo impactar negativamente sobre os pequenos produtores rurais de baixa tecnificação (que são numerosos no Brasil). Além disso, existe um impacto social sobre a moral e ideias da população, essa forma de comércio de seres vivos abre portas para a banalização da vida desses animais, reduzindo-os à era as mercadorias fontes de lucros. Ao evidenciar essa ação, a normalização da associação entre mercadorias e animais pode ter um impacto negativo sobre o bem-estar desses animais de produção, já que cria-se ou desenvolve-se um ideal de desafeto.
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