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Ellen Freitas Marcena
É notável que o comportamento dos consumidores de produtos de origem animal, influencia o modo como os animais são manejados. As boas práticas de manejo de bem-estar no Brasil vêm passando por uma transformação importante nos últimos anos em todas as esferas. Dessa forma, quando o bem-estar é considerado um dos critérios de sustentabilidade nos sistemas de produção, o impacto na sociedade é muito grande.
Nesse contexto, a prática de descarte de pintinhos machos da forma como é realizada atualmente se torna inaceitável, justificando a necessidade do projeto de lei que proíbe os métodos cruéis de descarte desses animais. Assim, apesar de se apresentar como “uma proposta brusca” visto que a produção animal é uma área de grande extensão e estruturas que podem demandar um prazo alto para se estabilizar nesse novo projeto, a lei já prevê isso e, por isso, apenas quando tecnologias de determinação do sexo do embrião no ovo estiverem comercialmente acessíveis (o que é muito importante, visto que hoje temos pequenas granjas pelo Brasil), incubatórios e empresas comercializadoras de aves serão obrigados a descartar os ovos de pintos machos até o sexto dia de incubação. Para que as empresas se adaptem a essa nova exigência, será concedido um prazo de um ano para conformidade com a lei.
A proposta de lei que visa eliminar o abate de pintinhos machos no Brasil está em consonância com uma tendência global de buscar alternativas mais éticas e sustentáveis para a indústria avícola. Dentre os pontos positivos com estas mudanças com a implementação de tecnologias de sexagem em larga escala, em um cenário previsto por lei, estão a eliminação de uma prática considerada cruel que melhoraria a reputação da indústria avícola em termos de bem-estar animal, atendendo à crescente demanda dos consumidores, a redução dos gastos com pintinhos que iriam ser descartados logo após o nascimento, a modernização do setor de produção de aves, e poderia abrir portas para novos mercados estratégicos dentro e fora do país.
Por outro lado, existem alguns desafios que dificultam tal implementação. Dentre eles, o elevado custo de investimento em infraestrutura e tecnologias de sexagem de ovos é uma complicação importante para a aderência de pequenos e médios produtores. Fora isso, a implementação dessas tecnologias exigirá treinamento especializado e mudanças na logística de incubação, o que pode demorar para ser absorvido por toda a cadeia produtiva, e parte da indústria pode ser resistente a essas mudanças, especialmente se os custos de implementação forem altos e se houver incertezas sobre o retorno financeiro.
A curto prazo, os custos de produção podem aumentar devido aos investimentos necessários para adquirir e implementar essas tecnologias. Isso pode pressionar margens de lucro e, possivelmente, elevar o preço final de produtos avícolas. A longo prazo, a indústria brasileira pode se tornar mais competitiva ao adotar essas práticas, principalmente em mercados que valorizam o bem-estar animal. Isso pode fortalecer a exportação de produtos avícolas para regiões com regulamentações mais rígidas.
O equilíbrio entre o bem-estar animal e o respeito pelas práticas religiosas nos abates halal e kosher é um tema complexo, que envolve aspectos éticos, culturais, e legais. Essas práticas de abate seguem preceitos religiosos do Islã e do Judaísmo, que visam garantir a pureza e a conformidade dos alimentos com as normas de cada fé. O abate halal e kosher devem ser realizados por um líder religioso, o qual realiza uma oração antes do ato. A grande questão acerca do bem estar gira em torno da não insensibilização desses animais antes da sangria, a qual é realizada com uma incisão precisa com uma faca afiada na garganta. Há quem diga, que a ausência de insensibilização aumenta o sofrimento animal e por isso, opõe-se ao bem estar animal.
Acredito que o desafio está em encontrar um meio-termo que respeite tanto o direito à prática religiosa quanto os princípios de bem-estar animal, garantindo que as normas respeitem a diversidade cultural e religiosa e, ao mesmo tempo, busquem minimizar o sofrimento dos animais durante o abate. A busca do equilíbrio, ao meu ver, se situa em algumas questões como: a busca por melhorias nas técnicas de abate, com o uso de facas mais afiadas e técnicas precisas para garantir um sangramento mais rápido; o estabelecimento de inspeção e monitoramentos rigorosos para que as técnicas de abate de halal e kosher sejam realizadas corretamente; desenvolvimento de pesquisas conjuntas e parcerias entre especialistas de bem estar animal e autoridades religiosas. Dessa forma, acredito que há maneiras de conciliar ambos os abates religiosos com o bem estar.
Em relaçao a interface entre a manutenção do bem estar de animais e o abate Halal ou Kosher, é possível estabelecer uma discussão bastante extensa sobre cultura, religião, bem estar e curso da evolução humana.
Antes de começar essa discussão gostaria de ressaltar um fato que acredito estar bem claro na minha cabeça e de meus colegas, que é a questão de animais serem seres sencientes, ou seja seres capazes de sentir possuindo percepções e sensações do que ocorrem a si próprios, sendo capazes também de sentir dor, medo, angústia e diversos outros sentimentos.
Com isso em mente, é necessário fazer se uma análise cultural sobre o consumo de carne de animais na história humana, dado que esse hábito é milenar e é até atribuido por alguns cientistas a um dos motivos do desenvolvimento dos seres humanos (possibilitando o desenvolvimento da fala nos seres humanos). É importante ressaltar que apesar do inicio da história humana conter o consumo de carne, pode se perceber que atualmente a sociedade se distancia drásticamente do que era a vida primitiva dos primeiros ancestrais humanos, e no mundo atual nos não possuimos hábitos de acumuladores de alimentos e muito menos de grandes caçadores, que perseguem suas presas. Apesar de todo o beneficio que a criação de animais tenha trazido ao desenvolvimento humano, devemos considerar que nosso cenário atual em termos de consumo de carne de animais é um cenário industrial (altamente tecnificado) que trata a vida de seres (novamente, sencientes) como mercadorias, inflingindo dor e sofrimento em pról da alimentação humana. No entanto, com o desenvolvimento da neurociencia e outras tecnologias conseguimos determinar e entender a senciência dos animais, e tentar minimizar o seu sofrimento e dor (mesmo que ainda ocorram) na produção de alimentos; nos distanciando dos nossos ancestrais que desconsideravam qualquer sentimento em termo daquilo que eles viam como alimento.
Com isso em mente, o Abate Halal e Kosher por exemplo se mostra como uma tradição e parte da cultura de alguns povos, que eu como de fora dessas religiões, não consigo compreender toda a extensão do pensamento por trás dessas tradições. No entanto, acredito que ambas essas tradições são um recorte pequeno, em relação a toda a extensão cultural e religiosa que existe atrás da religião muçulmana e judaica; não representando exatamente algo crucial para a manutenção da religião e sim uma escolha daqueles que acreditam nessas religiões em manter esse tipo de abate. Contudo, ao meu ver escolhas religiosas e culturais não deveriam estar acima do bem estar mínimo (que seria a insensibilização pré abate dos animais) que deve ser garantido para os animais, que já irão passar por um processo estressante e que levará ao fim da sua vida. Novamente, acredito que em outros momentos nos quais a senciência dos animais não era comprovada essa prática deveria fazer sentido para minimizar contaminações bacterianas; mas repito que no mundo atual se faz inconcebível uma prática de afligir animais a um sofrimento intenso em nome de uma tradição que intrinsecamente não corresponde com práticas minimas de bem estar animal.
Por fim, com relação a permissão desse tipo de abate no Brasil e a sua exportação, acredito que o Brasil por ser um país de dimensões continentais possui problemas em termos de fiscalização do abate correto que ocorrem com insensibilização dentro do nosso proprio território. Logo, imagino que um abate Kosher ou halal que se faz muito mais complexo do que aqueles com insensibilização (precisa de pescoceiras, facas afiadas e afins); não irá ter a atenção necessária para poder sanar as necessidades mais basicas de bem estar no abate dos animais (mesmo que a necessidade mais importante de insensibilização não esteja sendo cumprida). Dessa forma, acredito que não se dá para conciliar totalmente o bem estar e abates Kosher e Halal, além do fato de acreditar que abrir mão dessas práticas como pessoas que acreditam na religião não seria prejudicial em termos de crença, sendo somente uma adaptação da crença a realidade atual, na qual problemas de infecções alimentares são bem reduzidos ao redor do mundo, e na qual se sabe da senciencia dos animais.
O uso de tecnologias de sexagem in-ovo traz uma solução, mesmo que imediatista, do problema do descarte em massa dos pintinhos machos no primeiro dia de vida. Pois, apesar de evitar o sofrimento desses animais durante o seu descarte, por exemplo, via trituração, ainda é preciso se atentar aos problemas na criação avícola em geral, os quais envolvem uma série critérios que precisam ser obedecidos visando o bem-estar dessas aves. Além disso, o processo de identificação do sexo do embrião in-ovo ainda é bastante oneroso e algumas criações, principalmente as de pequeno porte, acabam não conseguindo arcar com esses custos, o que prejudica o seu desempenho no mercado competitivo. Assim, é possível dizer que é importante evitar a morte desnecessária dos pintinhos machos e a tecnologia de sexagem in-ovo pode com certeza ajudar nessa questão, mas é preciso que a produção avícola seja completamente reavaliada, visando um sistema mais sustentável e com o maior bem-estar possível às aves.
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Não é nenhuma grande novidade que a diminuição de custos na produção animal, na prática, supera o respeito e a dignidade dos seres vivos envolvidos nessa indústria. O abate de pintainhos em seu primerio dia de vida é um dos diversos exemplos da frieza e da crueldade do agronegócio.
Devido a esse contexto, faz-se necessário que medidas estatais sejam implementadas para tentar frear essa busca extrema por lucro e produtividade a despeito da garantia do bem-estar animal. Por isso, acredito que a obrigatoriedade da sexagem in-ovo é muito benéfica para garantir a diminuição do sofrimento dos animais. Entretanto, mesmo que o motivo que fundamente essa lei seja o aumento do bem-estar animal, nós devemos levar em consideração o convencimento dos produtores para que eles consigam encontrar vantagens competitivas nessa proposta. Ora, somente a partir disso poderíamos garantir que a teoria não se distancie da prática, ainda mais considerando o poder que os grandes produtores tem sobre a política nacional num país comandado pelo agro.
Por isso, garantir uma conscientização dos consumidores com relação ao consumo consciente de insumos, bem como provar aos produtores as vantagens com relação a diminuição do desperdício pelo gasto desnecessario com a incubação de ovos, além de possíveis incentivos fiscais, são medidas que devem ser pensadas para ser implementadas em conjunto com essa lei.
Acredito que encontrar um equilíbrio entre o bem-estar animal e os abates religiosos é um desafio complexo. É fácil criticar tradições que não conhecemos profundamente. Desqualificar práticas como Halal e Kosher como cruéis ignora a rica história e significado que essas tradições têm para seus povos, com base apenas na nossa perspectiva ocidental. Ambas buscam garantir que o abate respeite seus costumes, mas frequentemente entram em conflito com a preocupação de proporcionar um processo menos doloroso, como a insensibilização prévia.
Uma abordagem para alcançar esse equilíbrio poderia ser a educação e conscientização. É fundamental que profissionais compreendam melhor as tradições dos abates religiosos e busquem alternativas que respeitem tanto o bem-estar animal quanto os costumes culturais. Além disso, inovações tecnológicas podem ajudar a tornar o processo mais eficiente, sem desvalorizar a importância do abate para essas comunidades.
A nova tecnologia de sexagem de ovos embrionados será uma revolução no setor de avicultura, trazendo consigo diversas vantagens e desafios. A principal vantagem visualizada por mim é a resolução da atual problemática com o nascimento de pintinhos machos: produtores de aves de postura não desejam que o pintinho nascido seja macho, mas não poderão mais realizar o abate de 1 dia. No entanto, o surgimento de uma nova tecnologia traz consigo desafios, não sendo diferente no setor de postura. Sabe-se que no Brasil existem muitos produtores médios e pequenos no mercado, que não possuem tanto aporte financeiro para adquirir uma tecnologia que muito provavelmente será cara.
Deixo claro que sou a favor da proibição das práticas de trituração, eletrocussão e sufocamento de pintinhos machos. Considero esses atos um desfavor, visto que são atos cruéis e não visam em nenhum momento o bem-estar do pintinho (nem ao menos ao fim de sua vida extremamente curta). Considero também que, embora não tão favorável (pois são animais com pouco ganho de peso), é possível sim realizar a criação desses pintinhos para serem designados ao setor de corte.
Primeiramente, concordo completamente com a Jéssica na fala sobre o agronegócio tratar muita das vezes os animais apenas como mercadoria sem considerar qualquer vestígio de vida. Por esse exato motivo, acredito ser um grande avanço trazer essa pauta em relação ao abate de machos com um dia de vida para projeto de lei, talvez mostre um pouco de sensibilidade da parte da bancada política. Ao trazer para a discussão em um meio tão tradicional como a indústria pecuária, a qual já está acostumada com o cotidiano de abater e descartar animais, faz com que tenha uma inovação na cadeia produtiva tanto sobre o comportamento dos trabalhadores sobre o descarte insensível quanto sobre a grande produtividade que as maquinarias trarão devido a eficiência do novo lote que será proporcionado. Acredito que também vai induzir os consumidores a refletirem sobre a dificuldade de trazer uma solução para esse caso, devido a impossibilidade de tornar uma ave de linha leve (produção de ovo) em uma ave de linha pesada (produção de carne).
Percebe-se a grande vantagem do mercado avícola a partir da análise desses pequenos benefícios, pois com maior eficiência dos lotes, consumidores satisfeitos com uma solução do problema, um mercado novo sobre sexagem de ovos, traz a inovação e a produtividade as quais desencadeiam em grande lucro, algo atrativo para os produtores. Em contrapartida, por ser um ramo tradicional e conservador muitas das vezes tem a resistência dos avicultores, principalmente porque o projeto de lei não relata nenhum subsídio para iniciarem essa nova modalidade, sendo algo que será custeado dos próprios bolsos. Isso significa que, provavelmente, apenas grandes empresas conseguiram se adequar à nova exigência devido à maior condição financeira para conseguirem comprar de empresas internacionais, porque ainda não é uma atividade nacional a sexagem in ovo. Porém, acredito que com as multas, ou seja, com o aperto no bolso dos produtores, ao longo prazo vai ter a adequação dentro da nova lei e espero que assim seja o primeiro passo para mais atividades preocupadas com o bem-estar dos animais dentro da produção.
O abate de pintinhos de 1 dia, em minha opinião, é uma medida desleixada das granjas para reduzir custos de criação e eliminar aqueles animais que não serão "úteis" para a granja, uma prática comum no agronegócio. Dito isso, acredito que, ao implementar as tecnologias de sexagem prévia de ovos em larga escala no Brasil, a principal vantagem seria diminuir a recorrência do abate de pintinhos de 1 dia no país, ao possibilitar a seleção dos ovos antes da eclosão. No entanto, a implementação dessas tecnologias no Brasil enfrenta alguns desafios, dentre eles a falta de investimento no desenvolvimento tecnológico deste nível, os custos com a importação dessas tecnologias - atualmente inexistentes no país - e a falta de mão de obra qualificada.
Creio ter sido um importante passo quanto às questões de bem-estar envolvidas na produção animal, um âmbito de diversos impasses onde parece que muitas vezes existe um cabo de guerra entre o bem-estar animal e a produtividade, infelizmente, não é difícil notar para qual lado pende esta conta em boa parte do cenário da produção animal. Porém é possível uma vitória com essa nova proposta de proibir as práticas de descarte de pintainhos de um dia, que se torna cada dia mais possível com o desenvolvimento e difusão de tecnologias de sexagem in-ovo, que permitem a identificação e, assim, o descarte adequado dos ovos antes do desenvolvimento completo do sistema nervoso e eclosão. O que gera vantagens não só para o bem-estar desses animais, mas também aos produtores, que podem diminuir custos por não ter que incubar, transportar e manejar os pintainhos. Entre os desafios, podemos citar a adesão dos produtores, mesmo com o alto nível de tecnificação da avicultura atual, já que envolve altos investimentos de tempo e dinheiro na aquisição dos equipamentos, bem como na capacitação e treinamento dos operadores. Entretanto, acredito que é uma tecnologia mais do que necessária, que ainda vai gerar diversos benefícios para a indústria, bem como pode abrir portas para utilização em diversos outros setores da avicultura.
Na minha opinião o fim do abate de pintinhos machos recém eclodidos é um avanço que deveria ter sido imposto muito antes, considerando que o método de sexagem in ovo foi desenvolvido há mais de quatro anos e já é utilizado em outros países. Além de toda a tecnologia que já é atualmente utilizada em toda a cadeia produtiva no Brasil (que se destaca como um dos maiores produtores de ovos no mundo), visando sempre maior biosseguridade e maior produção, sem antes pensar o suficiente no bem-estar e qualidade de vida desses animais.
Acredito que a demora para esse avanço esteja relacionada com a falta de mobilização popular no país, o que tampouco creio que seja culpa da população. O sistema em que estamos inseridos faz com que haja uma desconexão entre o consumidor e a forma em que são produzidos os objetos de consumo. Muitas crianças hoje em dia crescem sem nunca ter visto uma galinha, mesmo consumindo seus ovos todos os dias. Dessa forma, se toda a crueldade envolvida no processo de produção de alimentos de origem animal de modo geral é desconhecido pela grande parte da população, “para onde vão os pintinhos machos?” deve ser uma pergunta que raramente passa pela cabeça da maioria.
Por meio disso, produtores se aproveitam e visam sempre o caminho mais fácil e lucrativo, muitas vezes apoiados em práticas pouco preocupadas com a qualidade de vida dos animais envolvidos nessa cadeia. É nesse ponto que o Estado está mais que certo em interferir e impor o uso de tecnologias que estejam alinhadas aos interesses da população e que respeitem o bem-estar animal, mesmo que isso freie a otimização do lucro do Agronegócio e descontente os produtores. Afinal, por mais que muitos dos meus colegas estejam acreditando que esse seja um impacto positivo para avicultura, não só com relação ao bem-estar animal, mas também com a otimização do uso das incubadoras, temos que considerar que, se a sexagem é possível de ser realizada a partir do nono dia de incubação, logo esses ovos deverão ser transportados até a incubadora e incubados para depois serem descartados e isso, na provável visão do produtor, dinheiro sendo jogado fora.
Dessa forma, creio que por mais que essa futura lei descontente muitos produtores, essas medidas são necessárias para que, não só a avicultura, mas como toda a humanidade possa avançar para um mundo com melhores condições de vida para os animais.
Pensando no PL que proíbe o abate de pintinhos machoss, as vantagens dos processos de sexagem dos pintinhos, pensando na larga escala, é que promove resultados mais satisfatórios no momento da eclosão dos ovos, onde o trabalho de sexagem vai ser extremamente facilitando, pensando que 99,9% dos ovos vão ser fêmeas, se for usado o método de sexagem da notícia. Além disso, já consegue diminuir o gasto das incubadoras com a energia e aumentar o espaço para alocar os ovos, pois com a saída dos ovos machos no 8° dia, terá espaço para colocar outros ovos, assim como terá um gasto menor para sustentar a quantidade de ovos anterior que, muito provavelmente, grande parte dos ovos seriam machos.
Porém, como problema, é que essas máquinas trazem um custo aí processo e tem valores altos, então nem todos os produtores ou donos de locais de beneficiamento tem renda suficiente para comprar um equipamento como esse. Outra coisa é que o período previsto por lei é de sexagem e descarte até o 6° dia, enquanto a tecnologia citada funciona a partir do 8° dia, então há uma dificuldade de implantação. Ao mesmo tempo, o uso desse equipamento pode não ser vantajoso para o produtor, pois aumentaria o custo do produto e diminuiria a demanda, o que levaria a possíveis aplicações de ilegalidades por esse produtores. Outra coisa é que 1 ano é pouco tempo para fazer essas mudanças, o que dificultará muito a vida dos produtores.
Dessa forma, haverá um grande impacto na avicultura, pois levará ao aumento do gasto dos produtores da área e terá um impacto no preço do valor final, pois aumentará o custo de produção. Toda via, pode haver uma melhora no mercado, pois incentivará alguns consumidores mais exigentes ao consumo, assim como a melhora no bem-estar animal, que será de grande peso.
A proposta de lei visa proibir métodos cruéis no descarte de pintinhos machos na indústria avícola, incentivando a adoção de tecnologias de sexagem de ovos. As principais vantagens da implementação dessas tecnologias em larga escala incluem a redução do sofrimento animal e a melhora da imagem da indústria perante o público. No entanto, os desafios envolvem o custo elevado de implementação e adaptação dos sistemas. A indústria avícola pode enfrentar pressões financeiras no curto prazo, mas a longo prazo, beneficiará de práticas mais éticas e sustentáveis.
É de gloriosa comemoração o fim do abate desses pintinhos, o que colocaria o Brasil em um patamar mais elevado no quesito bem-estar animal. Ademais, atualmente existem tecnologias de sexagem que permitem evitar a incubação desnecessária de ovos contendo machos, promovendo, dessa forma, ganho econômico. O que precisa ser feito pelos profissionais médico-veterinário e empresas é convencer os produtores sobre os ganhos e esclarecer que existem muitos consumidores preocupados com práticas de bem-estar animal. Além disso, pode ser elaboradas certificações para quem adotar essas práticas em parcerias com o poder público.
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